quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dicas iniciais

Como ser Vegetariano 

A mudança de dieta e ideologia (como citei em meu primeiro post), por muito benéfica que seja, não deve ser radical. Deve ser progressiva, de modo que a adaptação do corpo seja gradual. É importante para um vegetariano/vegano que tenha uma opinião esclarecida sobre alimentação e as transformações múltiplas que irão ocorrer. 

Isto não significa que no caso de a transição ser brusca as consequências sejam gravíssimas ou inultrapassáveis. A maior parte das pessoas reage simplesmente expulsando toxinas, com sintomas como diarreia ou dores de cabeça. Em todo o caso, quando se muda de dieta (e, por consequência, de estilo de vida), há sempre muitos fatores em jogo, designadamente:

SAÚDE:

Em poucas palavras (e apesar de odiar frases feitas) , nós somos o que comemos, e o nosso organismo necessita de tempo de adaptação. Embora esteja mais do que provado que o vegetarianismo é benéfico para a saúde, uma mudança radical pode trazer complicações. É conveniente até acompanhamento médico. Claro que já toda a gente sabe que deve fazer exames regulares para evitar complicações futuras e quase ninguém os faz. Mas para alguém que tem preocupações de saúde e bem-estar um corte com a tradição fica sempre bem a este nível também. Infelizmente mudar para uma dieta vegetariana implica, ainda, ir contra a cultura vigente. Ou seja, a maioria dos médicos ainda não são imparciais. E muitas vezes, por muito bem intencionados e profissionais que sejam não têm sequer conhecimentos mínimos para se pronunciarem acerca do vegetarianismo. O que se pode sugerir então é que procures num médico informação, eventualmente alguns exames de rotina para teres a certeza que tudo está bem. Mas se encontrar um médico mais antigo e radical, não se esqueça que o mais importante é sentir-se bem e pensar pela sua própria cabeça.

PRESSÕES SOCIAIS:

Uma das grandes dificuldades na disseminação do vegetarianismo é, sem dúvida, a nossa resistência à mudança. Mesmo quando todas as evidências apontam num novo sentido, a tendência é muitas vezes continuarmos a fazer aquilo que sempre nos ensinaram.
Mas hoje, mais do que nunca, é sabido que o conhecimento, a informação, é de todas a melhor arma. Um vegetariano não tem de forçosamente ser, mas atualmente é importante que seja também, uma pessoa bem informada e segura da sua opção alimentar e sua filosofia de vida.

Dicas para uma transição sem sobressaltos (e não só):

1) LEIA. Pesquise. Explore o assunto. Procure informações em livros e na Internet. A informação deve ser a sua arma.

2) REFLITA. Pense a respeito dos animais. Pense a respeito do seu corpo. Pense sobre a Terra. Dispa-se de preconceitos e evite ideias convencionais. Considere o impacto das escolhas alimentares no mundo ao seu redor.Documentários como "A carne é fraca" do Instituto Nina Rosa podem ajudar muito.

3) CONVERSE. Fale com vegetarianos. Fale com não-vegetarianos. Faça perguntas. Compare pontos de vista.

4) DEFINA OBJETIVOS. Brinque com a ideia de se tornar vegetariano. Aposte com um amigo que consegues ficar um mês ou dois sem comer no McDonald's, por exemplo. Veja como se sente com uma ideia como essa, como reage a um desafio desses. Pode criar desafios sérios ou bem humorados.

5) COZINHE. Aprender a cozinhar pode ser muito interessante. Faça um curso de cozinha vegetariana, ou compre livros de culinária (algumas livrarias especializadas vendem livros de culinária para vegetarianos). Com isso ganha independência na escolha da sua própria alimentação. Quanto mais receitas vegetarianas uma pessoa sabe preparar, mais fácil é a adaptação à nova dieta.

6) COMA COM CALMA. Transforme a sua refeição num momento especial. Sente-se com calma, ouça músicas tranquilas, não se distraia com leituras ou televisão, não participe em conversas agitadas. Uma mastigação cuidadosa, sem pressa, é muito importante para qualquer vegetariano. Desfrute do prazer da mesa!

7) PRESTE ATENÇÃO. Tente notar as necessidades do seu organismo. Não se recuse a dormir quando estiver cansado, não se recuse a comer quando tiver fome. Procure perceber se algum alimento produz mal estar no seu corpo. Note se algum alimento o/a faz sentir cansado/a, irritado/a, agitado/a, ou sonolento/a. Respeite o seu corpo. Aprenda a identificar as relações entre o que come e o seu comportamento.

8) MUDE O SEU ESTILO. Tente uma mudança no seu estilo de vida. Praticar um novo desporto, aprender uma dança, ou uma terapia (como o yoga, reiki ou shiatsu) ao mesmo tempo que uma mudança alimentar, pode ser uma boa forma de quebrar velhos condicionamentos.

9) PREPARE-SE. Irá enfrentar alguma resistência dos seus amigos ou da sua família. Deve estar preparado para isso. Reuniões de família podem ser particularmente stressantes, especialmente se há "tradições alimentares". Só tem de ser firme, mas cortês, e confiar nas suas próprias capacidades e escolhas. Contactar alguém vegetariano (AVP, por exemplo :-) pode ser um apoio valioso quando surgir alguma dúvida. Em todo o caso, é importante que valorize a sua identidade acima de tudo.

Referências: 
Centro Vegetariano - http://www.centrovegetariano.org  

Modificado em alguns pontos e comentários por Nalu Mendes

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