terça-feira, 28 de junho de 2011

Aprendi que é assim e esse foi o estopim



Dedico este texto à minha mãe,precursora de quem sou hoje.

Essa imagem marcou minha vida.

Quando eu era criança, só sabia comer animal morto (vulgo carne) e deixava sempre comida (geralmente vegetal) no prato.Minha mãe sempre dizia que a gente não deve jogar comida fora, pois ela é uma benção que muitos não tem, e eu deveria me alimentar direito.Eu nunca ouvia, até que um dia ela me ensinou duas coisas: as pessoas só se sensibilizam quando se colocam no lugar do outro (e as imagens são magníficas para isso) e eu era uma ingrata com o cosmos e com a oportunidade de ter o que comer.Parar isso ela me mostrou a imagem acima, a qual eu nunca mais esqueci.

A gente cresce e resolve ganhar independência psicológica da tradição da nossa família , "a gente" foi só uma força de expressão, por que vejo que a maioria da população prefere ficar no comodismo de ser igual a todos do próprio meio de convívio,o que começa... na família e vai por ai a fora..afinal ninguém quer ser alvo da "estranheza" e quer se integrar no grupo (mania de bando que esse povo tem!-bando e não coletividade, deixo claro).

Pesquisando algumas coisas na internet e pensando com um pouquinho de lógica, percebi que a pirâmide da cadeia alimentar:
PS.: sem zombies.



Só funciona direito e resolve parte da problemática da foto do início se do meio de "plants" e "humans" tirarmos os "animals", logo a quantidade de grãos voltados para alimentação do animal de abate (existe mais gado de corte do que gente no Brasil) pode alimentar muito mais pessoas do que um pobre boizinho.O qual na mão dos ruralistas gera um dinheiro absurdo (RURALISTAS e não agricultores, deixando bem claro que a elite ruralista é em grande parte a elite política), enquanto os outros alimentos são mal distribuídos no mundo...

O Brasil sendo um dos maiores produtores mundiais de soja (plantada na região cento-oeste e expandindo ao norte-Região Amazônica) tem mais da metade do alimento voltado para exportação com utilização de grande parte em ração para animais na China. (http://rio-negocios.com/depois-de-suinomais-frango-na-pauta-com-a-china/).

"Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas (1), no relatório (2) publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda."
(1) Population Profile of the United States (1997), U. S. Department of Commerce
(2) http://www.news.cornell.edu/releases/aug97/livestock.hrs.html

Isso em 1997...considere um consumo crescente...

Sem contar redução de emissão de gases e consumo de água (gráficos no link acima do centro vegetariano).

As pessoas ainda não compreendem que hoje o dinheiro fala mais alto e a gula de um churrasco envolve muita coisa, inclusive a produção INDUSTRIAL de carne (animais não são produto, não podem ser produzidos, piorou se for com um pensamento fordista), a poluição do solo , do ar (vejam o doc "A Carne é fraca" : http://www.youtube.com/watch?playnext=1&index=0&feature=PlayList&v=IKIBmppiIvM&list=PL84CA7BAC8418D665) , a manipulação de distribuição de alimentos para essa fonte de dinheiro e a consequente morte de humanos em várias partes do mundo.

Resumindo a história toda:percebi que deveria valorizar o que minha mãe disse um dia,mas com isso decidi parar de ser hipócrita.Não dá para ser ambientalista, protetora animal (ANIMAL e não apenas de cães e gatos) e humanista, me empanturrando num churrasco.A complexidade da nossa existência no mundo e do consumo humano vão muito mais além do luxo de um estômago...





Um comentário:

  1. Ah, quanto radicalismo, alguns diriam - e dizem. E continuarão dizendo até que parem de olhar para o próprio umbigo e façam alguma coisa de verdade pra mudar esse painel. Bom pensar que muitos já estão mudando, apesar de a maioria (ainda) estar adormecida. Tudo o que consumimos tem uma consequência. Todo esforço e energia pode ser direcionado(a) para uma ou outra coisa, e tudo isso faz diferença se olharmos o Todo.

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