segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sem referências....

Do blog da mestra Andrezza Silva: http://cronicantando.posterous.com/



O que será que acontece com os desejos? Sim, os desejos reais, aqueles que as pessoas em geral bradam a quem quiser ouvi... A dúvida, na verdade, é em torno do que acontece percurso para a concretização de tais desejos. Será que as pessoas têm se tornado tão fracas a ponto de permitirem que eles se percam na transição de se tornarem conquistas?

O que se vê são vários jovens dizendo que têm o sonho de fazer uma boa faculdade, um curso que lhes interesse de fato, que lhes alimente o “sou feliz fazendo o que eu gosto e invisto nisso”, tornando-se assim um sucesso em si mesmo, colaborando com a sociedade de algum modo. Daí, no meio do caminho, fazem a sua escolaridade “meia boca”, porque nem peito, nem argumento possuem para cobrar de seus professores a educação a que têm direito. Ao concluírem a educação básica, dão-se conta que de que não serão, portanto, capazes nem de concorrer com quem teve tal processo de escolarização levado de forma séria e digna. Eis que se submetem a essas “uniqualquercoisa”, que garantem (sic!) um ensino nota 10 (isso se o jovem consegue acompanhar, né),  pois, na pior das hipóteses, tais instituições baixam o nível da formação de “qualidade” inicialmente proposto para não perder a verba mensal do cidadão que acreditou nisso. Paga-se pelo diploma, portanto. Então, a criatura se forma e começam as “pataquadas”, cometendo erros médicos, de engenharia, de direito, e por aí vai.

Outra visão do inferno é quando se é jovem e se promove uma inflação da própria imagem: meninas que usam Doritos no rosto para chamar a atenção, estragam a pela e a autoestima gradativamente... Sim... Gradativamente, pois chegará o dia em que nada mais preencherá o enorme vazio que alimentaram dentro de si mesmas por toda uma parte fértil da vida. Ao chegar a esse ponto, passam a se submeter a quaisquer homens, principalmente àqueles que, de alguma forma não as respeitam. Os homens, por sua vez, quando jovens, passaram por tantas situações, cometeram tantos equívocos, que passam a não ser mais referências de companhia, muito menos de “felizes para sempre”. Acostuma-se com determinados tipos de posturas quando se é jovem e, se não curadas, tornam-se desvios de caráter e equívocos de personalidade quando maduros.  

São jovens que, aos poucos, acham que são as outras pessoas as responsáveis pela sua vida, pelo seu sucesso. Na verdade, cada um é responsável pelo que faz de si e da vida. Se não é feliz, mude. Ah, não dá pra mudar, sem sequer tentar? Ahhhh! Então a criatura merece a vida que tem! Fácil é conformar-se e colocar a culpa em alguém que nada tem a ver com o que cada um faz da própria vida. Escolhas não bastam, se não forem alimentadas de atitude e convicção! Depois ficar aí lamentando e se emocionando com a história de sucesso alheia em programa de auditório não é alternativa. Entretanto, na verdade, para se chegar a isso tudo é preciso um bocado de bom senso para reconhecer que tem tais escolhas e ações nas próprias mãos. Enquanto isso não ocorre, as pessoas continuam entoando mantras de amor, sucesso, alegria, paz, felicidade, achando que algo ocorrerá, sem sequer dar conta de que isso só alimenta a entropia natural daqueles que não promovem suas próprias ações. Pobres gentes jovens, que bradam o seu direito a erro na adolescência e depois descobrem que nem com tais erros aprenderam.

Sabe aquele comercial em que o pai leva o filho à porta do colégio e o menino diz que pode deixa-lo uma esquina antes  (sugerindo que tivesse vergonha de expor a companhia do pai)? Pois é... é bom essa galera começar, de fato, a pensar em quem deve ter vergonha de quem, pois juventude apática, que promove idolatria e vácuo de habilidades e competências, sem ao menos saber reclamar os seus direitos por não cumprirem seus deveres, será, em breve, a cara próprio país, hein? Depois, não adianta chorar...Creio que ainda valha a pena lutar por essa gente, mas podiam, ao menos, já que nada fazem por si, pararem de minar o desejo dos outros, não é?

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