quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Relato sobre Pinheirinho

Por Maurice Jacoel do facebook:


Faces, bom dia! São 3h05 minutos, estou dormindo em São Jose dos Campos, com a minha amiga Claudia.
Os 4 campos de concentração (desculpem-me, não vejo expressão mais adequada) são horríveis. E a tendência é piorar.Os locais cheiram estranho, o cheiro do medo, pois não existem locais suficientes para as pessoas se cuidarem, fazerem a higiene pessoal. A saúde em risco.
Privacidade é coisa de outro planeta por aqui.

Precisamos montar um ponto de comunicação para que eles aprendam a se defender. Celular não funciona com eficiência nos locais onde estão os alojados. Coloquem a boca no trombone e me acompanhem, pois a polícia simplesmente nos coloca para fora, basta que queiramos mostrar o que está contecendo. 

Não pude filmar ou fotografar o segundo alojamento, Escola Caíque Dom Pedro Segundo. Sensação de medo, tristeza, álcool, angústia é o que se vê nos olhos dos nossos irmãos.

Todos juntos, crianças e adultos nas mesmas camas. Centenas de colchões no chão, luzes acesas em plena madrugada. Ninguém descansa. 

Mas tem algo que é absurdamente estranho e bonito ao mesmo tempo, alguns deles agradecem, e muito... querem saber o por quê?
A resposta é: - Filha (me chamam de filha sempre), meus filhos estão vivos. Meu marido, mulher está vivo. 

Que inferno é este?

Alguns receberam 500,00 para o aluguel, mas pense bem: onde 500,00 paga o aluguel de uma família de 10 ou mais pessoas?

O terreno do Pinheirinho é um filme de horror. Cheiro de morte, restos de animais assassinados, cães em sua maioria.

Por favor, não desistam, perseverem! Precisamos do Brasil vigiando esta situação. Juntos, somos UM!
Amor pra quem teve a paciência de ler até aqui.

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